2021 – Portugal – 5 euros – Cavalo-Marinho

Que peixe é este que tem cabeça de equídeo, tromba de elefante, agita as barbatanas como um colibri bate as asas, e se agarra pela cauda como fazem alguns macacos? É o cavalo-marinho. Existem cerca de 50 espécies em todo o mundo e em Portugal encontramos duas variedades — o Hippocampus guttulatus (cavalo-marinho-de-focinho-longo) e o Hippocampus hippocampus (cavalo-marinho-de-focinho-curto) —, sobretudo nas pradarias marinhas da Ria Formosa. Medindo entre 12 e 15 centímetros, em geral, vale a pena conhecer melhor estas criaturas enigmáticas.

Os cavalos-marinhos são muito diferentes de todos os outros peixes: nadam com o corpo na vertical, passam a maior parte do tempo parados e movimentam-se com vagar. Em vez de escamas, têm um exosqueleto, e o seu focinho comprido permite-lhes aspirar os pequenos crustáceos de que se alimentam. Além disso, como os camaleões, têm olhos que se movem de forma independente e a sua pele muda de cor, camuflando-se no meio ambiente.

Outra das particularidades dos cavalos-marinhos é a sua forma de reprodução, única no reino animal. Estes animais monogâmicos não copulam: depois de uma dança demorada, a fêmea simplesmente transfere os óvulos maduros para a bolsa do macho, que os fecunda e incuba. Ao longo da gestação, que dura algumas semanas, o macho mantém-se preso pela cauda a corais ou plantas marinhas. No momento do parto, depois de horas com contrações, ele expele centenas ou mesmo milhares de minúsculos cavalos-marinhos que pairam como plâncton. Porém, a taxa de sobrevivência dos juvenis é muito baixa e só cinco em cada mil chegam à idade adulta.

Atualmente, os cavalos-marinhos são animais em vias de extinção. Há 20 anos, a Ria Formosa era a zona com a maior população de cavalos-marinhos de todo o mundo; hoje, estudos indicam que 90% dessa população desapareceu. As principais ameaças são a captura para artesanato e aquários (onde sobrevivem poucos dias), a apanha ilegal para venda em mercados onde são vistos como ingredientes medicinais, e a degradação do seu habitat, decorrente da poluição e das alterações climáticas.

A melhor maneira de homenagearmos este fascinante animal selvagem é mesmo manter a distância e só tê-lo na mão em forma de moeda, salvando-lhe a vida e podendo admirá-lo por muitas gerações. A versão de acabamento proof desta moeda de coleção tem alguns apontamentos de cor.