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Negócio dos selos foi mais afectado pela crise do que pelo escândalo. – (Diário de Notícias).

Avaliação. Compras e vendas dos coleccionadores valeram, em 2006, 12 milhões de euros

As salas de leilão continuam cheias de coleccionadores, as lojas mantêm o seu negócio, mesmo que modesto, e as associações ligadas aos selos gabam a vitalidade e o rejuvenescimento dos seus sócios. Passou um ano desde que rebentou a fraude da Afinsa, mas quem compra selos não faz confusões: “Uns amam os selos, os outros investem para ter dinheiro. Em selos ou noutra coisa”, refere Joaquim Lobo, da Filatelia do Chiado.

“O nosso negócio não tem nada a ver com o da Afinsa”, afirma Paulo Dias, da Leilões P. Dias. A resposta do especialista poderia ter sido dada por quase todos os intervenientes do sector. “Sentimos preocupações de alguns clientes no início, mas explicámo-lhes que o coleccionismo não tem nada a ver com isso. Naqueles primeiros meses não foi fácil”, confessa ao DN.

A opinião é partilhada pelos comerciantes de filatelia, os que mais sentiram o impacto deste acontecimento. “Afecta sempre alguma coisa, como a credibilidade, mas, em termos de vendas, temos sido mais penalizados pela crise. Nestas alturas, os selos são a última das prioridades”. Para o proprietário do estabelecimento, as pessoas conseguem perceber a diferença das situações. Perder clientes só iniciados, já que os mais experientes, com mais idade, não desistem de rechear as carteiras de selos. “Que eu tenha notado, não houve grandes perdas, porque tenho poucos clientes regulares. Mas notei que apareceram menos pessoas a querer iniciar colecções”, frisa.

Do lado da Federação Portuguesa de Filatelia, a resposta é idêntica. “Os investidores em filatelia usavam os selos como outro bem qualquer. Quem investe não entende nada, quer investir mil contos e ganhar mais 6%”, afirmou Pedro Vaz Pereira, presidente da federação. Quem perdeu além dos clientes? “Possivelmente só os CTT-Correios Portugal, que vendiam cerca de dois milhões de euros de selos à Afinsa. Os coleccionadores mantêm-se.”

A incerteza marcou a altura em que as notícias foram divulgadas. “Houve pessoas que não estavam por dentro e que ficaram com dúvidas, mas o tempo apaga tudo.” Em Portugal, as compras e vendas de selos mexem 12 milhões de euros por ano.

Pedro Vaz Pereira afirma, porém, que, “se as autoridades espanholas decidirem esvaziar os cofres e vender os milhões de selos das duas empresas, haverá um crash. A oferta será brutal e a procura zero. Vamos ter papel em casa”, alerta.

O negócio dos players deste mercado já foi bem melhor, pelo menos em alguns casos. Mas a culpa é da crise. Na loja do Chiado, a facturação de 2006 foi de 150 mil euros, mas em 2002″ era bastante melhor”. Na área dos leilões, pelo menos nos de Paulo Dias, as vendas têm mantido a rota de crescimento. Não há rentabilidades garantidas ou previsões de ganhos, mas o negócio é bem mais seguro, de acordo com a leiloeira. “Os coleccionadores preferem materiais mais antigos e não tão arriscados.” Os leilões continuam a abarrotar e 85% a 90% do material em catálogo continua a ser vendido. O volume de negócios da casa até aumentou, “mesmo não sendo o mais desejado”, acrescenta. No último ano, a facturação atingiu 1,2 milhões de euros.

Impulsionados ao não pela vivacidade de um leilão, os mais jovens (30/40 anos) começam a aderir à paixão de 20 mil portugueses. Ainda assim, são poucos os que, como Paulo Dias, começaram a coleccionar aos seis anos e a vender selos com apenas 16. O incremento de coleccionadores justifica-se facilmente: “Há mais conhecimento geral e a filatelia abrange história e investigação”, conclui o especialista e coleccionador.

 

 

Fonte original: http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=656539&page=-1

 

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